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Em Cartaz: Terapia de Risco

Terapia de Risco: bom e irregular, como Soderbergh deve ser.

Side EffectsSteve Soderbergh é daquele tipo de diretor de cinema inquieto. Nos últimos três anos, foi capaz de dirigir inacreditáveis sete filmes, todos de produção simples, mas com alto orçamento por seu elenco estelar, de Matt Damon e Kate Winslet protagonizando Contágio a Matthew McConaughey e Channing Tatum liderando Magic Mike.

O diretor de cinquenta anos produz tanto que chegou a concorrer contra si mesmo na premiação dos Academy Awards de 2001, com os dramas Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento e Traffic – Ninguém Sai Limpo, que acabou levando quatro estatuetas na ocasião.

Como estamos quase na metade do ano, podemos dizer que Soderbergh desacelerou em 2013, lançando até então apenas Terapia de Risco (Side Effects, EUA, 2013), thriller psicológico, desde sexta-feira em cartaz no país.

Talvez o melhor trabalho do diretor nesses últimos anos, a fita conta a história de Emily Hawkins (Rooney Mara, indicada ao Oscar por Os Homens que Não Amavam as Mulheres), uma jovem de 28 anos que acaba de ver o marido (papel de Channing Tatum) ser libertado da prisão e tentar retomar a fresca rotina de um casal recém-formado.

Mesmo aliviada e aparentemente feliz com seu retorno, Emily tem crises de depressão e busca a ajuda de um psiquiatra para tratar seus males, recorrendo então ao Dr. Jonathan Banks (perspicaz interpretação de Jude Law), que lhe receita uma espécie de remédio para retirar sua ansiedade.

A partir do tratamento, que incialmente progride de forma bastante satisfatória, Emily se torna uma pessoa cada vez mais diferente, ao ponto de chegar a cometer um crime e não se lembrar de tê-lo feito, ao que tudo indica, sob os efeitos colaterais – daí o título em inglês – que o remédio Ablexia exerceu sob seu corpo.

Acusada de assassinato, os advogados da garota vêm como melhor solução alegar que ela de fato não está em sã consciência. Mas o que agride mesmo o sentimento de impotência de Dr. Jon é o fato de por vezes sugestionarem uma mea-culpa ao médico, por prescrever um remédio com tais efeitos colaterais à garota e não ver as mudanças de seu comportamento.

Intrigado com a maneira como o caso é conduzido, Jon começa a juntar certas peças que ampliam sua desconfiança maior: as drogas não fizeram tal efeito em Emily e na verdade alguém está mentindo nesse emaranhado de informações desencontradas. Mas como provar sua tese? Em quem confiar nessa busca por fatos e referências?

É assim que Soderbergh constrói em Terapia de Risco um thriller que, por um triz, não se arrisca a fazer uma denúncia das indústrias farmacêuticas, mas talvez pela ambição ou obrigação de uma reviravolta no final acaba por escorregar para um lado conspiratório menos pessoa jurídica e mais pessoa física.

Estreiam: Velozes e Furiosos 6, Bonitinha, Mas Ordinária, Era Uma Vez na Anatólia e Sem Proteção.

Trailer:

http://www.youtube.com/watch?v=CSjLrm-qTUY

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